O livro analisa a questão da justiça na obra de Nietzsche, procurando mostrar as continuidades e rupturas existentes no percurso nietzscheano. Trata-se de uma contribuição importante para a recepção brasileira de Nietzsche.
Em Nietzche e a Justiça, Eduardo Rezende Melo empreende uma leitura rigorosa da noção de justiça no pensamento nietzschiano. Pesquisando-o, num ingente e metódico corpo-a-corpo textual, desvenda-o na rica profundeza de seus meandros. Abordada na sua polissemia, a justiça é apresentada, qual uma partitura musical, como um tema com variações, cujas nuanças, inflexões e diferentes significados emergem de uma forma cíclica, porém numa semântica aberta e constantemente enriquecida por novos olhares, pondo assim em xeque e desconstruindo o caráter massificante da moral tradicional e o seu vigente imperativo da obediência e da submissão na relação humana. Propõe-se, pois, aqui, ao leitor deste ensaio interpretativo, com base na ética do indivíduo, o chamado que o grande contestador de “verdades” filosóficas tidas como apodícticas faz para a responsabilidade emancipadora. Aceitar o seu desafio é propor-se à luta e ao risco incomensurável a fim de justificar o sentido e a perspectiva de vida do homem, a partir de uma problematização crescente dos falsos valores transcendentes.
Melo, Eduardo Rezende é formado em direito pela Universidade de São Paulo e mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
É juiz de direito no Estado de São Paulo desde 1991.